sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O Mundo “Dialético” e a Experiência Espiritual




Amigos:

Como "estudante" gnóstico a situação decaída do ser humano há muito me tinha sido informada e aceita, só que mais em "teoria". 

Nesses últimos anos, observando os acontecimentos que galopam cada vez mais no Mundo e no Brasil, tive a oportunidade, para mim fundamental, de mais incorpora-los na minha vivência emocional e consciencial interna. 

Os acontecimentos dessa fase apocalíptica que estamos vivendo no mundo corrente, ao meu ver só podem ser compreendidos (diria melhor incorporados ao sangue) a partir de acompanhados e vivenciados como fatos espirituais que estão sendo encenados na matéria (na história atual, na economia, na política, nos costumes...). E isso já havia colocado, em 2008, na primeira parte do livro "Atualidade do Cristianismo Gnóstico" – Limites.

Daí a importância que dei ao meu envolvimento emocional nesses fatos, experiência essa bem registrada na sequência de artigos do meu blog. 

Esse desgaste emocional esse mergulho psico-consciente nesse “inferno” me está sendo fundamental; machucou, desviou, mas não poderia, segundo minha natureza, deixar de ser empreendido. 

Sei que essa atitude não é nada comum em pessoas que como eu priorizam as suas necessidades atávicas de um questionamento existencial profundo, mas que, no entanto, ficam meio de fora dos fatos, tendo mesmo esse afastamento como um valor espiritual superior. 

Inclusive numa fase fundamental do meu “aprendizado” gnóstico em um grupo que participava era muito usada a expressão: “isso é dialético”, querendo dizer: "como gnóstico não estou e nem devo entrar nessa”. 

Aí há muito de verdadeiro, mas que quando, ao meu ver, mal compreendido em termos de proposta de vida cristã original (dai a César o que é de César) se parece muito com as críticas feitas à Jesus por seu envolvimento “dialético” social: em festas com cobradores de impostos, e político: reagindo a apedrejamentos legais, em contestações ao sinédrio, em declarações sobre os vendilhões e fariseus “hipócritas – túmulos caiados de branco”...

Agora saindo já um pouco do mais profundo desse poço SEI, absorvi interiormente mais, como é a natureza humana em toda a sua nudez caricatural, distorcida, ridícula, mas tão perigosa e planetariamente (e portanto, vivencial e espiritualmente) destrutiva. E essa passagem da teoria à prática é muito dolorosa, daí o tão comum afastamento.

Continuo, como é de minha natureza e temperamento, a acompanhar os fatos “dialéticos” e não a fugir deles, até porque onde quer que eu me esconda eles estarão cada vez mais atropelando a mim e a todos. 

Quem sabe venha a adquirir um pouco mais de Sabedoria advinda dessa experiência prática (teoria acho que já adquiri o suficiente) que me faça equilibrar melhor o resto de minha experiência nessa vida com os fatos que estão (a mim e a todos nós) a tornando insuportável. 

Paulo Azambuja

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